Sérgio Marcondes Brincas, presidente do Hospital Baía Sul e Clínica Imagem. Ao fundo, a comunidade do Morro do Mocotó.

O presidente do Hospital Baía Sul e Clínica Imagem, Sérgio Marcondes Brincas, afirma que não foi preciso ir longe para escolher uma instituição para ajudar com ações de responsabilidade social. Bastou olhar para o lado para enxergar o Morro do Mocotó e todas as suas carências e dificuldades. “O problema social na região, historicamente, é muito grave e a gente sempre se preocupou. Não adianta construir uma estrutura maravilhosa e ter ao redor um ambiente socialmente degradado”, avalia.

O executivo conta que o trabalho para melhorar a situação da comunidade iniciou há vários anos, de forma voluntária, por funcionários que arrecadavam bens, alimentos e dinheiro. “Tínhamos várias iniciativas pontuais, mas nenhuma estruturada.”

Os educandos almoçam na ACAM.

Mais recentemente, a ACAM, em determinado momento, em dificuldades financeiras e às voltas com o atraso de repasses dos órgãos públicos, pediu ajuda. “Fomos procurados e passamos a fornecer proteína animal. Faz parte da cultura da empresa estimular as doações, não só para esta entidade, mas também para outras do entorno”, comenta Brincas.

Atualmente, o Hospital Baía Sul e a Clínica Imagem suprem praticamente toda a demanda por proteína. “Uma ajuda muito importante, pois nos abastecem com um alimento caro e nos dão tranquilidade em relação à carne, tão fundamental na alimentação das crianças e das famílias”, comenta o conselheiro fiscal da ACAM, Marcelo May Philippi. Segundo ele, são atitudes como esta que incentivam a instituição a continuar o trabalho de inclusão social e melhoria da qualidade de vida da comunidade do Mocotó.

Coordenadora geral Betânia Zahlouth.

Para a coordenadora da entidade, Betânia Zahlouth Pedroso, a parceria é de extrema importância, pois as refeições possuem um impacto na vida das crianças e adolescentes. “A alimentação é o que fornece energia, mantém o corpo funcionando corretamente e ajuda no desenvolvimento. As crianças chegam com seis anos de idade.” Segundo ela, a ACAM tem a preocupação de fazer com que meninos e meninas comam, também, frutas e verduras tendo, desta forma, refeições saudáveis e com valor nutricional.

O dr. Sérgio Brincas informa que há um percentual do resultado da empresa destinado a ações na área social, mas que a pandemia do novo coronavírus sugou, nestes últimos dois anos, uma capacidade gigantesca de investimento. Mesmo assim, mantiveram as linhas de apoio à ACAM e estão projetando para o futuro programas continuados, que vão além de forças-tarefas realizadas nas áreas de responsabilidade social e de governança ambiental.

“Queremos fazer bem mais. O Baía Sul tem 15 anos e crescemos muito de 2017 para cá. Hoje temos uma estrutura mais organizada e institucionalizada e estamos criando fóruns que vão conduzir estas iniciativas. Estamos numa transição, saindo de um modelo esporádico de atuação para projetos de longo prazo em algumas linhas específicas”, salienta o presidente.

Responsabilidade

Para o doutor Brincas, o Estado não consegue resolver tudo sozinho e a iniciativa privada tem que fazer a sua parte. “Não é uma ação social isolada que vai resolver o problema da pobreza.” Segundo ele, o enriquecimento de um só elemento dentro do sistema, não é sustentável.

O Hospital Baía Sul e a Clínica Imagem auxiliam também as comunidades vizinhas empobrecidas através do projeto Jovem Aprendiz, que traz jovens do Morro do Mocotó e da Mariquinha para trabalharem na empresa. “O contraste social não pode existir de forma tão grande, por isso damos preferência para moradores da região, para que eles enxerguem aqui a o exemplo. Grande parte do problema no País não está na pessoa nascer pobre, mas em não ver no horizonte a oportunidade. A nossa obrigação é construir saídas para eles crescerem e terem uma vida melhor”, destaca Brincas.