Em função da pandemia, o Mocotó em Cena deste ano será um pouco diferente na Acam. Desde março de 2020 distantes fisicamente da instituição, as crianças e os adolescentes voltaram a frequentar as oficinas de dança e música para ensaiar a apresentação. Todavia, com as restrições de isolamento e distanciamento social impostas pela pandemia do novo coronavírus, a produção de um audiovisual foi a maneira que a Acam encontrou para viabilizar o projeto. Dessa forma, neste ano a apresentação acontecerá de forma virtual.
O tema vai ser “Brasil”, diz a diretora do Mocotó em Cena, Paula Brinhosa. “Pensamos em abordar o Brasil que existe dentro do Morro do Mocotó e para isso estamos dialogando com a população.” Paula adianta que a narrativa tem como temática as diferenças culturais, religiosas, raciais, entre outras, e o roteiro foi criado a partir de situações conhecidas. Ela informa que o audiovisual será lançado no final de junho e que vai ser um desafio produzi-lo entre paralisações e lockdowns. As locações e os cenários serão na própria comunidade.
Haverá entrevistas sobre temas determinados com as crianças. “Há as que são estrangeiras e as que participam de escolas de samba desde que nasceram; têm as que vieram de outros estados e as que possuem alguma ligação com pessoas com deficiência”, explica Paula. Na parte cultural, haverá cenas com manifestações que representem o Brasil, o Sul, Norte, o Nordeste e regiões de onde vieram.
O evento
Desde a sua primeira apresentação, em 2013, o Mocotó em Cena é o evento mais esperado do ano pela comunidade. Neste ano acontece pela 8ª vez. No ano passado não teve, em função da pandemia. Em novembro de 2019, o espetáculo lotou as dependências do Teatro Álvaro de Carvalho (TAC), em Florianópolis, de familiares e amigos das meninas e meninos que se apresentaram. O show encerrou com os tambores da bateria da Escola de Samba Protegidos da Princesa batendo tambor e cantando: “Erga essa cabeça, mete o pé e vai na fé/Manda essa tristeza embora”.
O projeto do Mocotó em Cena envolve toda a equipe da ACAM, em especial a diretoria, que providencia todo o possível para que o evento aconteça; a Paula, que também é coreógrafa, e os professores de música, Gledson e Camila. Ademais, o projeto deste ano tem apoio da Lei de Incentivo à Cultura da Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes. O propósito do evento é transmitir ao público o potencial das meninas e meninos do Mocotó nas áreas da música, dança, teatro e capoeira. Além disso, também buscará garantir o acesso da comunidade a experiências culturais, descobrir vocações artísticas e promover a inclusão social.